sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Associação de Coimbra quer tirar Guiné-Bissau da “cauda do Mundo”
A Promundo, uma Associação de Educação, Solidariedade e Cooperação Internacional criada no início do ano em Coimbra e sedeada na Escola Secundária Avelar Brotero, está apostada em cooperar com autoridades, instituições e a comunidade de Guiné-Bissau para contribuir para o seu desenvolvimento.
O primeiro passo foi dado nos últimos meses. Dezenas de estudantes guineenses, dos pólos universitários de Coimbra e de Leiria, participaram em iniciativas promovidas pela associação e, para além de se mostrarem interessados em colaborar, deram a conhecer grande parte do que é a realidade de um país onde falta água potável e onde um professor, com um salário entre os 40 e os 75 euros, espera, em média, 16 meses para o receber.
O segundo passo foi dado na semana passada, com a viagem de Fernando Castro, presidente da Promundo, para a Guiné-Bissau. Durante quase 20 dias, espera, por um lado, ser recebido por ministros, bispos e o Presidente da República, mas também contactar de perto com a realidade de mais de duas dezenas de escolas das aldeias do interior do país. Uma auscultação fundamental para quem sonha, e espera concretizá-lo, tirar a Guiné-Bissau da “cauda do Mundo” no que diz respeito a analfabetismo.
«Pretendemos fundamentalmente fazer a geminação entre escolas de Coimbra e aldeias do país, de modo a que sejam desenvolvidos ali projectos de Educação. Uma escola de Coimbra, uma aldeia da Guiné-Bissau», especificou Fernando Castro ao Diário de Coimbra antes de partir, apontando a área da Educação como «uma das mais urgentes de ser desenvolvida» naquele país africano que, como afirmou, tem uma taxa de mortalidade elevada fundamentalmente devido à falta de água potável.
Auscultar a realidade «Vou, essencialmente, fazer a auscultação da realidade», confirmou Fernando Castro, deixando claro que não será intenção da Promundo, nem agora, nem no futuro, impor qualquer tipo de projectos à comunidade guineense. «Queremos introduzir o conceito de co-desenvolvimento, que não é muito aplicado no nosso país e que, na nossa perspectiva, é o que melhor resulta», continuou o responsável, explicando que só esta estratégia permitirá «envolver a comunidade guineense no seu próprio desenvolvimento». «Não vamos ajudar a Guiné, vamos cooperar com ela», clarificou, aproveitando para elogiar o apoio dos estudantes guineenses em Coimbra e em Leiria para que o trabalho da Promundo tenha sucesso. «Muitos já voltaram. E para voltar para um país como aquele é preciso ser por amor, ser herói», afirmou Fernando Castro, confiante de que estes jovens serão uma peça fundamental no trabalho que a associação pretende desenvolver na Guiné. «Será uma ponte de esperança que esperemos tenha frutos», continuou, deixando claro que o objectivo é envolver toda a comunidade conimbricense neste projecto.
De Portugal, Fernando Castro levou na bagagem alguns projectos e ideias. Um deles é, através de uma parceria com a Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), criar um serviço on-line para professores na Guiné, ou seja, que os docentes guineenses possam, através da Internet e do e-mail, ter acesso «ao que se faz em Portugal na área da Educação», assim como pedir ajuda para preparar uma formação ou ainda tirar qualquer dúvida que seja necessária. O responsável da Promundo reuniu-se com responsáveis da ESEC para apresentar esta ideia e saber como poderá ser concretizada.
A esta colaboração juntar-se-ão outras, como é o caso com a Atlas – Associação para a Cooperação e Desenvolvimento, uma Organização Não-Governamental composta por alunas de Relações Internacionais que poderá ser útil para o trabalho desenvolvido em África, assim como a Saúde em Português ou a AMI, como explicou Fernando Castro.
Fonte
Diariocoimbra.pt
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